ano: 2019
Flores
Uma Gardénia sincera pintei, inocentemente de branca!
Flor que a todos enleva, qual Florbela que me Espanca!
Fita-me depois uma Margarida pequenina e inocente,
Ali e acolá, às escondidas da Gardénia e de toda a gente...
Uma Gerbera baloiça alegre e sem saber de nada
É engolida por uma voraz Papoila encantada!
Bela flor, a Irmã do Nenúfar em água mergulhado!
Plantei juntas, estas duas irmãs do meu agrado!
Violeta e Alfazema no meu jardim vieram encontrar
Uma Rosa que queria, num poema ser plantada!
Mas nenhuma das três a viu acabada. A poesia!
Foi de dia, que uma Flor de Laranjeira me deu
Uma honra nua, que na minha lembrança e na sua
Para sempre ficará!
Flores perfeitas, onde as há?
Talvez na Índia ache Orquídeas Rainhas!
Alguém as quer suas, mas eu quero-as minhas!
Veste o Jacinto tatuado, um “Sari” encarnado...
Raro vinho tinto que não passou do noivado!
Um postal me deixaram, em jeito de recado...
Um Lírio sedutor e uma Flor de Lis que me calha...
Jogado à minha sorte, bebo no campo de batalha
Tudo o que há pra pecar: suor, luxúria e pecado!
A Coroa Imperial. Do alto da sua sedutora luz e poder,
Rompe a rombos de machado o porte régio do meu ser!
Fico amansado! Mas a Acácia amarela depois me seduz!
Creio ter espinhos e dor! E tem! Creio ser uma cruz!
Se Deus há no Céu… Ele finalmente me prendou...
Cravo branco, amor ardente, mãe de todas as ofertas,
Inexplicável flor, porque todas as outras desconcertas?
Jasmins e Gladíolos com pétalas a esvoaçar,
Prímulas e Cactos que me querem dar a mão!
Antes partir que vergar, a flores que não o são!
Mas que raio...
Uma flor, numa Flor de Lótus sentada está!
É o que esperava? Será?
Por minha culpa, não!
Antes espinhos virão!
Sai da minha sombra Petúnia! Procura a tua luz!
Sal, azedume e dolo, não são o que me seduz!
Cravo Amarelo, cantas bem mas não me contentas!
Cheirei as cores da tua alma e eram todas cinzentas!
O Açafrão e a Azálea Branca das querelas e traições,
Dos saltos pelas janelas e dos arfares dos pulmões
São como a Rosa Lilás! Não me dizem nada!
A professora Camélia, de grandes pétalas e atraente,
Não se deixou regar! Não era pró meu fino dente!
Aconteceu assim este fado…
Talvez o meu jardim não estivesse bem regado!
Adelfas e Magnólias me aquecem como as aqueço,
De dia, vestem-se às direitas, de noite do avesso!
Pergunto porém
À Tulipa Amarela, que sonhos tens acordados?
Malas comigo feitas ou desfeitas aos bocados?
Giesta, flor que dá calor ao espinho que colhi…
Fiel livro que li! Flor que não partiu. Floriu!
Sorri a Dálias, Cardos e Flores do Campo
Antes de perguntar:
Malmequer ou bem-me-quer, o que queres semear?
Regar tais flores é como ter navio e não ter mar!
Às Begónias colhidas, que me foram dadas,
Angústias e uma flor dei, às flores rejeitadas…
Morreram todas...
E lá tudo era perfeito…
Lá, ninguém era cego ou mau olhado
Porque eram todos Reis do Reinado;
Não havia roubos ou ladrões,
Nem corretivos ou cem perdões;
Eram amigas, a pressa e a perfeição;
Quem caçava com gato, tinha cão;
Havia galhos para todos os macacos
E promessas não caiam em sacos;
Águas nunca vinham em bicos,
Os espertos não eram Chicos
E todo o pecado era omisso!
O feiticeiro era amigo do feitiço
E este não se virava a ninguém;
Não havia mentiras a beijar bem,
Todas socavam com verdades;
Casas não tinham portas e grades
Pois não haviam almas gulosas.
Lá dentro havia um mar de rosas
Na carta fechada do casamento
Porque todo o mar era bento.
As rosas não tinham espinhos
E gaviões não seduziam ninhos.
As cercas não eram puladas
Nem por bruxas nem por fadas;
Maridos diabos eram santos;
Não havia querelas pelos cantos;
Judas era coisa que não havia
Nem sequer no dicionário;
O vinho não batia nas cabeças
E a culpa casava-se sempre
Quanto mais não seja
Com o confessionário!
A tua caligrafia...
A tua caligrafia é imaculada como as pedras do rio.
A tua letra engomada, como a vaidade de quem a nada se curva.
Letras tuas assim dispostas, em falares e perguntas,
Espalhadas pelas encostas de parágrafos que juntas,
Não param de me cantar!
Andas perdida de mim, como o sapato da Cinderela!
A minha espera já vai alta,
Como a escuridão dos corpos celestes mais distantes do universo.
E depois os Deuses,
Dão-me a luz do dia: a tua caligrafia!
Ela declama pra mim só nos solstícios de Verão!
Esses dias são quentes e longos! Mas são poucos!
Como poucos são os meus sorrisos, que são às direitas como a tua letra!
Mas afinal o que escondem as montras da tua caligrafia?
Amor ou agonia?
O que pensarão os teus olhos nos dias em que te escrevo?
Os meus já pesam, de querer um pequeno casebre que nos bastava!
Tudo o resto, se não viesse, eram amendoins para dar aos macacos apenas...
Vezes sem conta passo-te a pente fino,
Como o amor que fazemos sem tu saberes!
Sou eu que o imagino.
O amor e o cheiro dos teus comeres.
Cheiras-me a cinco filhos e um lar.
Uma casa onde o amor se cante
E onde nos vejo a governar:
Tu princesa, eu infante
E os miúdos nos afazeres de criança!
Queria dar-te o universo de bandeja
Mas ao menos receber uma esperança que se veja!
Depois de te ler, abre-se-me um vazio
Por onde a tristeza cai à terra, como um dominó que tomba todas as palavras que li...
Depois, meto-as na gavetas das coisas que me metem medo
E pergunto-me em segredo e lavado em choro:
Quando será paga a última prestação deste namoro?
Marido itinerante
Tenho mil caras nas algibeiras
Que trouxe de mil países!
Por lá, vi favos em figueiras
Onde cometi mil deslizes
Porque o mel dos figos
Estava perto dos umbigos!
Não há coração que eu plante,
Nem flor que em mim floresça
Porque sou marido itinerante,
Sem remorso que me cresça!
Oh senhores! A minha culpa,
Que já não se sente culpada,
Não sabe se trair é desculpa
Ou se a esposa não é amada!
Gotas de orvalho...
Raiar do dia sem sol ou orvalho
É como paixão caída por terra,
Que depois de solta do galho,
É manhã que o amor encerra!
Se gotas de orvalho são vãs
Em raiares do dia que tens tido,
É porque caem nas manhãs
Às quais nada tens oferecido!
Orvalho, que gorado estás,
Matuta nas escolhas feitas,
Se puxam gotas pra trás
Ou se caem às direitas!
Orvalho que à pétala não dá
Nem uma gotícula de amor
É como rosa onde não há
Espinho que cause dor!
Por folhas, galhos e intrigas,
Por onde cai a tua mágoa,
Gota de orvalho, não digas:
“Nunca beberei desta água!”
Terra ardida, sem cor
Colorida por orvalho
Faz renascer a flor,
Faz do fogo, borralho!
De procurar-te, ando perdido!
De procurar-te, ando perdido,
De perdido, ando cansado
De a toda a hora ser traído
Pelo que tenho procurado!
Fará sentido ou é inglório,
Pedir o que tenho pedido
E esperar que o peditório
Não vá por onde tem ido?
Mas se for, alguém me dê
Um alqueire de coragem
Pra pedir como quem vê
No deserto uma miragem!
Nem padre, nem madre, nem horta!
A vida no campo vai torta
Como a dor do meu pesar!
A enxada já não corta!
Nada mais há pra cavar!
Madre, do bem fazer
Sem peso e sem medida,
Porque ousaste fazer
Uma cruz à vida?
Padre, que me fez ver
Como rezar com brilho
Porque ousaste fazer
Uma cruz ao teu filho?
Um, já se despediu!
O outro se esqueceu
Da enxada que partiu
E da horta que morreu!
Bolha de sabão
Ó bolha de sabão
Que levada foste pelo ar,
Em ti voa um coração
Que não sabe amar!
Procuro luz às escuras,
O que quero e não tenho:
Arestas das minhas curas
Limadas ao meu tamanho!
O vento que atraiçoa
Tão abatida e vã espera
Faz-me ser fria pessoa,
Ser quem não era!
Já não tenho restos
De força nas algibeiras,
P’ra entoar protestos
A esperas solteiras!
Ó bolha de sabão
Que não paras de voar,
Que posso fazer senão
Contra o vento, remar?
Sereias apaixonadas!
Já velejei os quatro pontos cardeais à procura de um porto seguro
Daqueles que fazem amor impuro em todos os desembarcadouros e cais
Ou dos que nos querem, mesmo salgados, tempestuosos e despenteados!
Ó vento que me despenteias...
Tanto me sopras a horas em que todas as sereias estão encalhadas
Como nos dias em que tenho a sorte já prometida!
Velejo pelas marés da vida onde sopram nortadas de ventos que beijam bem.
Não são sereias beijoqueiras, são casamenteiras delas próprias!
Oxalá não fossem comigo, essas perdas de tempo!
Mas são!
São pingos de sal que queria ser doce!
São pele e escamas que vertem lágrimas
E que me querem prendar com ouros, finas porcelanas e caxemira.
Outras,
São rajadas de ventos frios, que perseguem marujos peregrinos e fugidios!
Mas quais são afinal, as rotas das sereias que não se apaixonam?
Todo este sal, é doce fazedor de poesia!
É vento que me faz vasculhar palavras e rimas dentro do mar salgado
Onde lambo sílabas e versos
P’ra lhes retirar o sal...
Rum caseiro!
Entrego-te nas mãos o meu jejum, enquanto despojo o teu.
E sem pudor algum, unos, viramos lobo e fingido cordeiro!
Bebo um vaso por inteiro e de seguida mais um!
O terceiro como o primeiro, soube a secura e bom rum!
Por entre runs arfados, acendo mais um cigarro
P’ra dar folga ao que não sei
Ser banal ou bizarro!
Trocamos de nomes, uns nobres, outros reles;
Fundem-se prosas, taras e peles;
Oh minha Deusa, dói-me tudo de te beber;
Tenho a boca seca de te saber de cor;
Os braços gritam queixosos, de te abrir o ventre a rombos de machado!
Bendito o néctar que dá calor e nevoeiro!
Beija bem, é doce mel beijoqueiro!
Não tenho em mim, poro que não chore, nem cigarro que chegue ao fim!
Acendes-me uma fogueira que me quer cortejar,
Aquecer ou talvez amar...
Mas a chama vai fraca, assim como a força do nosso enredo
Que joguei ao lume…
Fico tonto, de tanto olhar o céu, revoado de anjos e demónios!
Uns, querem-me enviuvar, outros casar!
Pergunto aos primeiros:
De que vale amar
Se quase ninguém o sabe fazer?
Talvez a minha sina não seja essa,
Talvez seja só procurar!
Era o que havia:
Amor bastardo, um cinzeiro, lume e rum caseiro!
Bebemos tudo...
O que havia p’ra amar!
Soneto à minh’amada
Minh’amada vi em Novembro.
Há meses que não a vejo.
Tanto a estimo, amo e desejo
Que até dói se m’alembro!
Uma carta ou palavrinha
Por mais pequena que seja
Acordava quem só boceja
Do sonho de seres minha!
Se quiseres, minha flor,
Faz-nos o favor
D'enviares um sinal!
Apressa-te ou eu morro
De tanto pedir socorro
De tanto passar mal...
Tens um querer de quem quer amar?
Não interessa o passado,
Por onde tens andado,
Se és virgem ou rameira,
Calona ou trabalhadeira!
Não interessa a idade,
Se é maior ou metade,
Se és moçoila ou rafada,
Pele frouxa ou esticada!
Não interessa o que fazes,
Que ouros me trazes
Ou se não os tens!
Só pergunto ao que vens:
Só quero saber
Se vieste pra ficar
E se tens um querer
De quem quer amar?
O beijo que não te dei...
Por mais que tente
Emudecer o meu trovar,
O meu brado só sente
Vontade de te beijar!
Porque me apaixonei
Pelo que vou roubar:
O beijo que não dei.
Ah, mas vou dar!...
Tulipa Verde!
Tens olho cor de Jade, verdinho;
Cabelo ruivo bravo e castanho;
Coração farto, decoro subidinho;
Dama de elevado tamanho!
És fiel aliada, és bom vinho!
És verde veludo ou cetim
És siso mas estouvada,
Bem-apessoada mas ruim!
És isto: tudo ou nada!
Quero-te não menos que assim:
Seres verdadeiramente amada
Para sempre e até ao fim...
Avps...
Amor que é amor,
Que verdadeiro é,
Para sempre será
Eterna flor cuja fé
Nunca morrerá!
Os teus sapatos!
Será por calçarem pés baratos
Ou porque ninguém os quer?
É que o timbre dos teus sapatos
Irrita mais que tu, mulher!
Fico pálido de espanto
Com o fustigar desse canto,
Da prosa desses sapatos
Que são como tu: chatos!
Não sei se hei-de fugir
Ou ganir sozinho aqui
Porque não os posso ouvir
Nem aos sapatos, nem a ti.
Porque chorar não adianta
Nem resmungar alivia,
Vou cantar...
Pra outra freguesia!
Há beijos assim...
Levianos e compridos,
Roubados ou oferecidos,
Molhados pela diabrura
De uma boca bandida e impura!
São beijos com tal fervor,
Que escrituras de amor
São beijos da mistura
Da liberdade e escravatura!
Há beijos assim...
Que declamam pra mim!
Que deixam o paladar cego,
Que nos afagam o ego
Com calores e fervuras,
Pimenta e travessuras!
Oh Clemência!
Minha clemência acabou!
Não sei amar assim!
Não pedi mais do que dou!
Pedi flores do teu jardim
Que a tua alma beijou...
Tuas rosas traiçoeiras
Têm espinhos de cetim!
Nunca se deram por inteiras!
Nunca foram para mim!
Tuas espinhosas roseiras
Deram a flor que me enganou!
Nunca foram verdadeiras
Nunca amaram quem te amou!
Fusão de almas...
Poucos nos tocam o coração.
Outras nos tocam a alma. São raros!
E mais raro ainda é a fusão de almas.
Forma-se então um vínculo inquebrável...
...que cria um equilíbrio místico entre ambas as polaridades...
...a tua e a minha!
Ovelha branca...
Ovelha que pastas a meu lado…
Estou grato pelos encontrões, pelas pisadas e safanões que me destes…
Vêm de negras ovelhas
Ou de lobos traiçoeiros, disfarçados de carneiros e armados com tesouras!
Tesouras que cortam e ensinam...
São as melhores professoras, as facas e tesouras!
Cortam lã e agasalho, mas dão calo e sabedoria pra tosquiar o que escurece:
As cinzentas ou negras, as que não dão leite ao pastor nem aconchego à ovelha do lado…
E aprendi...
A dar leite como o pastor ensinou e fugir da faca que o lobo espetou...
Sou ovelha com lã de aço, cascos refinados, lábios mais calados…
Quero pastar em campos de altos muros,
Onde lobos ficam de fora, tesouras não cortam e facas não espetam...
Sou ovelha solitária…
Sangro onde as bandarilhas dos lobos toureiros espetaram...
Mas não morri, renasci...
Esperando pela ovelha branca
Para lhe apontar o melhor pasto…
Até este acabar...
O que deves esconder…
Quem não sabe da tua vida não estraga, não difama, não faz juízos de valor. Protege a tua intimidade. A intimidade da tua família. Protege o teu núcleo duro da opinião dos outros que nem sempre é isenta. Protege a tua família dos olhares alheios pois não sabes o que esses olhares vão fazer com o que viram. Quem divulga os seus problemas, dramas, inseguranças, planos ou conquistas fica mais vulnerável aos abutres desocupados que querem apenas fazer da tua vida a sua ocupação. Não te esqueças que quem ouve um conto acrescenta-lhe um ponto e as pessoas são especialistas em acrescentar muitos pontos sem querer. Agora imagina os que o fazem por querer, por maldade! Acrescentam parágrafos inteiros!
Quem não sabe dos teus projectos não os copia, não os boicota, não impede que eles aconteçam.
E quando os teus projectos já estiverem de pé e na boca do mundo, então já podes comemorar ao lado de quem amas. Depois, enquanto os outros observam a vida que gostariam de ter, tu tens a vida que eles sonham.
Fizeste uma boa acção, ajudaste alguém? Então não te gabes disso. O que vais obter da plateia que queres impressionar são críticas pejorativas que te deixam com a imagem de “gabarolas”. Não há maior valor do que alguém se aperceber da tua bondade, do teu altruísmo pelos teus actos ou pela boca de outros, não pela tua. Tem outro sabor. Isso é humildade. Solidariedade e heroísmo não se apregoam.
A tua vida amorosa e a intimidade atraem os invejosos e os que estão de mal com a vida. Antes de mais é uma questão de respeito. Respeita-te e respeita a pessoa com quem estás.
O teu corpo. Evita fazer o mundo saber de todas as tuas debilidades corporais ou doenças. O teu corpo é algo teu, pessoal. Não o exponhas nem lamentes ao mundo as suas limitações.
A vida dos outros e segredos que te contam são para ficarem contigo. Podemos ter opinião claro, mas divulgar estes assuntos não é característica dos emocionalmente fortes, é dos fracos, dos “fofoqueiros” e dos desocupados. Não sejas um. Cuida da tua vida e não da dos outros.
E onde as pessoas mais gostam de dar a conhecer tudo o que deveriam esconder? Nas redes sociais. Aqui mesmo, no facebook. Quem não tem aquele amigo virtual que não tem onde cair morto, mas que posta no facebook dia sim dia não, jantaradas de naco de vitela e mariscadas de lavagante pra cima? Quem não tem aquele amigo ‘facebokiano’ que se separou recentemente e desancou o companheiro, expondo todos os seus podres? Quem não tem um amigo nas redes sociais que diz estar muito doente mas as fotos do facebook dizem que a praia esta semana estava um ‘must’? Isto para não falar dos que dizem ser primos do Santo António, do São Pedro, de tudo quanto é religioso, mas depois o que se vê no velhaco do seu mural do facebook é comentários xenófobos, de cyberbullying ou racistas? Quem não tem conhecimento de episódios maldosos de pessoas que se aproveitaram das fragilidades que nós próprios colocamos nas redes sociais?
Ah pois é…
Aprende que o silêncio é ouro.
Ergue um muro bem alto para que só os convidados da tua casa possam admirar o teu jardim. As línguas maldosas, os olhos invejosos e as mentes perversas… esses não os deixes entrar na tua casa ou na tua vida. Deixa-os antes na ignorância, na curiosidade e na sua fútil vida.
A beleza de uma mulher...
A verdadeira beleza de uma mulher pode ser vista de olhos fechados.
A beleza de cada um está no seu interior, no carácter, na simplicidade do ser, no coração humilde, no que dá ao próximo. É ser segura de si. É ser mulher de objectivos e não desistir deles.
Esta beleza rima com maturidade, é prima da exigência e filha da sinceridade.
Os olhos. Os olhos são o espelho da alma e do carácter. Se o interior for bom, o olhar saberá refletir a beleza interior, o poder escondido, o amor...
A mulher bela quer ser valorizada e conquistada, não dá o seu amor de bandeja ao primeiro caçador de prémios que apareça, nem a quem não lhe saiba dar o devido valor…
Mulher de verdade não é aparência ou vaidade, ela cativa pela atitude. Mulher bela é a mulher que faz! E o que ela faz, é o que a define.
É por essas mulheres que um homem se apaixona para a vida!
São essas mulheres que fazem um homem ficar!
São mulheres que marcam, mesmo quando já não estão entre nós!
São as que deixam legados à geração seguinte. Memórias. Histórias. Aprendizagens aos demais.
Este é o tipo de beleza que perdura uma vida inteira.
Mulher de interior belo, tem o homem que quiser pelo tempo que quiser...
Mulher de exterior belo (apenas), tem homem quando eles querem pelo tempo que eles querem...
Para algumas mulheres, o caráter está reduzido a uma mini saia, um decote generoso, maquiagem exagerada, um sapato de marca ou ambições inexistentes…
Ouros, sedas raras ou futilidades são brilhos que o verdadeiro homem não enxerga.
Ele enxerga o tamanho do teu coração. Os valores que moram lá dentro.
Homens de coração cheio, com “h” grande, os que sabem o que querem, não gostam de vulgaridade, preferem simplesmente... a simplicidade.
Pobres daquelas que acreditam ser a beleza exterior, a verdadeira beleza.
A vida é da cor que a pintas…
Dá cor à tua tela! Não deixes que pincéis cinzentos retirem brilho à tua vida, à tua tela. A tela é tua! Faz as pazes contigo e ama o quadro que quiseres pintar.
Deus só te dá uma tela em branco depois do arrependimento sincero, depois da introspecção, depois de perceberes que o caminho não está nem no céu, nem cá terra, nem nos outros, está em ti. Deus só te dá a mão se a quiseres receber.
E, com os primeiros passos que terás de ser tu a dar, então Deus dar-te-á a mais bela tela para tu pintares, com os teus sonhos, paz, e felicidade.
Quanto mais depressa perceberes onde está a tua paz e qual é a tua missão nesta vida, mais depressa acaba a tua penitência, a tua revolta, o teu mal-estar.
Se causaste danos, aceita a lei do retorno e aprende com ela.
Se fizeste o bem e não te reconheceram por isso, aprende que o reconhecimento está no dar e não no receber.
Nunca é tarde para pintares a tua tela, para seres feliz, para tentar o desconhecido, para seguires os teus sonhos, para começares do zero, para aprenderes, para ires mais além, para seres mais...
Não podes voltar atrás no tempo, mas podes começar agora a pintar o mais belo quadro da tua vida.
O quadro que gostarias de pintar está na tua resiliência ou na falta dela, está na atitude que não tomas…
A primeira pincelada custa, o resto o embalo ajuda.
Um mundo a arder...
Sou de Marte!
Sou Marciano!
Vivo sem arte,
Num mundo aparte,
Num mundo insano
Onde ser humano
É engodo, é engano,
É ser leviano!
Pisam-se flores,
Plantam-se dores,
Matam-se amores,
Cantam-se horrores,
Namoram-se pudores
E dão-se louvores
A quem quer ver
O mundo a arder!
Mil dores por curar
Já acumulei mil dores
De mil feridas por curar,
Tantas quantas as cores
Das que estão por fechar!
Quais as curas ou remédios,
Pra curar os mil tédios
Que me fazem escrever
Mil poemas sem querer?
Mil perdões por pedir,
Mil sorrisos por sorrir,
Mil dores por curar
E mil espinhos por aceitar
Porque sou ser sem dono,
Rei sem trono
De uma vida por viver
Sem sequer saber
Qual dos mil destinos,
Qual dos mil violinos
Hei de tocar!
Lei do retorno...
Hoje dás, amanhã recebes...
Hoje semeias, amanhã colhes...
Hoje és o assassino, amanhã matam-te...
Hoje roubas uma lágrima, amanhã alguém te roubará duas...
Se está a ser mau é porque ontem plantaste pedras...
Se está a ser bom, plantaste flores...
Se iluminas o próximo, és iluminado...
Se não iluminas ninguém, vais ser apagado...
E é assim...
O juiz chamado 'Tempo' não te deixará ficar com dividas cá na terra...
O que dás ao mundo é o que levas contigo para o além...
A solene penitência nada te perdoa, tudo te cobra em vida!
Por isso, ama-te, ama o próximo, colhe o que plantaste ontem e vive um dia de cada vez...
Eterna Estrelinha
Quero-te demais!
Quero-te inteirinha!
Quero ir onde vais!
Quero-te só minha!
Ser agulha da tua linha,
Água dos teus arrozais,
Rei da mais bela rainha,
Num castelo ou casinha
Durante mil carnavais!
Seres a eterna estrelinha
Que não largarei mais!
Afrodite
Um quarto fechado, que tem:
Uma Afrodite,
Um silêncio perfeito,
Um abraço quente e trancado,
Um milagre, um tesouro que aconchego e venero
Enquanto o tempo desvairado, corre, sangra e chora
A agonia que vai e vem, como o amor que fazemos.
Cheiras a poesia e orquídeas.
Sabes a rubi doce e amargo!
E quando ainda estás, sinto saudade
Da Valquíria que vai e Afrodite que fica
No meu pensamento...
Valquíria, que me dóis onde a dor mais dói...
No coração que te entreguei.
Dóis-me porque amo as duas!
E as duas és tu.
A vida é uma passagem...
É uma passagem, um bilhete que compramos quando nascemos. É qualquer coisa parecida a uma grande viagem que fazemos no maior dos comboios alguma vez construído. Nessa viagem que todos fazemos, os passageiros entram e saem da nossa vida em cada paragem, estação ou apeadeiro.
Há pessoas que ficam na nossa viagem muito tempo, outros vêm e vão sem darmos conta, uns marcam-nos, outros não... mas ninguém é de ninguém! Não há lugares reservados neste comboio, nem a viagem é eterna, nem eterno é o sonho que dela fazemos.
Após entrarmos no comboio, somos encaminhados para a carruagem dos nossos pais. Somos sentados ao colo destes e pensamos que a viagem será sempre com eles e não terá uma última estação. Mas não é assim! Os nossos pais em alguma altura, em alguma estação irão descer. Vão abandonar-nos e então provaremos a dor de ficar sem os passageiros que nos acompanharam desde sempre.
Outras pessoas importantes da nossa viagem também irão subir a bordo do nosso comboio em alguma estação. Esses passageiros importantes serão irmãos, amores das nossas vidas, familiares ou amigos.
Muitos dos que descem do comboio, deixarão um grande vazio nas nossas vidas e outros nem daremos por eles, nem saberemos em que estação saíram.
Alguns dos ocupantes que nos são mais queridos poderão ir em carruagens diferentes da nossa. E durante algumas estações ou para sempre, ficaremos separados. Por vezes esses passageiros voltam à nossa carruagem, outras não. Por vezes, espreitando para a carruagem da frente, vemos que eles acharam um lugar mais aconchegante que o nosso e por vezes voltam e outras não.
Conheceremos todo o tipo de passageiros. Amigos que nos deixarão saudades das conversas, das gargalhadas ou do apoio que nos deram nos piores momentos. Outros passageiros serão nossos parceiros de viagem, mas nos causarão dor e com eles aprenderemos grandes lições, para que a nossa bagagem seja maior ainda. Alguns, ocuparão o lugar do 'amor das nossas vidas' e com eles pensamos viajar muitas e muitas estações. Mas por vezes a realidade é outra e são poucas as estações sentados lado a lado. Passageiros haverá também, que só nas últimas paragens da sua viagem encontrarão alguém para estar sentado a seu lado, até que um deles tenha de sair.
Conheceremos pessoas todas diferentes. Umas boas, com bigode, óculos, barriga e cabelo grisalho, outras com bom coração, refilões, cabelos brancos e que não gostam de abraços. Outros, humildes, puros e simples, abandonarão o comboio cedo demais. Conheceremos seres com almas bonitas mas com feitios tramados ou outros que serão almas gémeas de nós próprios ou talvez não. E também teremos alguns passageiros ruins que nos fortalecerão a bagagem.
A viagem nunca pára! Só nas estações para mais saídas e entradas de pessoas, de sonhos, dores, vazios, alegrias e tristezas. A grande dúvida é que não sabemos qual será a estação onde teremos de sair, ou onde os nossos passageiros mais chegados terão de sair também.
Certamente, que quando for a minha altura de descer, vou ter saudades de alguns que vão continuar. Os meus filhos terão de seguir a viajem sem mim. Mas acredito, que de alguma maneira, possa saber algo sobre eles. Se chegaram às estações com que sonharam. As principais pelo menos. Se a viagem deles foi alegre e feliz. Ficarei contente se souber que começaram com pouca bagagem, mas que a foram ganhando ao longo das estações. Serei, já fora do comboio, um ser feliz, se souber que contribuí para a bagagem que transportam. Poderei sentar-me no apeadeiro em que saí e adormecer em paz se souber que a minha viagem fez sentido e que valeu a pena.
A graça da vida está nas chegadas e partidas. Com as partidas de quem nos é importante, com os que deixam o nosso comboio, percebemos que temos de valorizar o que temos, e o que temos tem de ser vivido com intensidade e amor. Com as chegadas de novos passageiros, com as vindas renovamos o nosso ser, aprendemos e aumentamos o nosso auto-conhecimento. O entendimento deste processo da vida faz-nos crescer e faz-nos sentir mais leves. Ninguém é de ninguém, nem os filhos são nossos! São de um Deus qualquer que nos emprestou essas belas criaturas por tempo determinado, para que possamos descobrir o auge do verbo amar... apenas!
Nós somos, as pessoas com que nos cruzamos em toda a viagem das nossas vidas! Somos um bocadinho de todas elas. Sobretudo as que nos marcaram pelas melhores e piores razões.
Que o lugar vazio que todos nós deixaremos, seja um lugar onde os que continuam a viagem, possam olhar com carinho, exemplo, saudade e boas recordações.
É na dificuldade que se vêm as pessoas...
E de repente ou não, a tua vida muda! O inesperado bate-te à porta! O destino lembra-se de trocar todas as tuas voltinhas e mais algumas!
E de repente o destino, com o seu excêntrico poder, resolve baralhar o que já não estava muito arrumadinho e instala-se na tua vida o caos, a tempestade, as incertezas, ansiedades, dúvidas e mais algumas coisas que não contavas...
Geram-se nuvens sobre a tua cabeça. O futuro fica enublado, pouco perceptível. Não enxergas a estrada porque o destino colocou à tua frente nevoeiro. Muito nevoeiro. E pouco vês do que queres ver, do que tens de ver. Mas o nevoeiro passa. Demora o seu tempo, mas passa. A poeira assenta e tu consegues ver novamente. É uma questão de esperar.
Essa espera pode demorar mais ou menos. Depende de muita coisa, mas depende, e em muito, de quem tens a teu lado nos momentos maus da tua vida.
E é então na dificuldade que tu vês quem tens a teu lado.
Estar em dificuldades pode ser uma experiência com muitas surpresas...
Podes receber por exemplo um apoio de alguém que não esperavas com uma importância tal, que os teus nevoeiros começam a desaparecer aos poucos.
Podes encontrar alguém com quem pouco falavas e de repente deste conta que estiveste ao telefone seis horas seguidas que pareceram só duas.
Pode acontecer alguns dos teus generais de longas guerras, juntarem-se a ti e juntos soprarem o teu nevoeiro. Ou não. Depende. Também pode acontecer o oposto. Alguns dos teus mais fieis soldados soprarem o teu nevoeiro, mas na direcção oposta. Ou seja contra ti. E tu ficas com menos visão. Mais baralhado. Outros de quem esperarias apoio ou ajuda, poderão simplesmente olhar para ti e para o teu nevoeiro e não fazer nada. Estarão eles a rezar? Com pena? A desejar maiores nevoeiros? Só eles saberão.
Outros que fizeram ou fazem parte da tua dificuldade, irão dela falar como se de uma novela mexicana se tratasse, somando-lhe capítulos, retirando-lhe verdades, acrescentando-lhe excertos que por acaso lhes dão jeito.
Outros mudam o enredo da tua dificuldade porque simplesmente gostam de ver o circo a arder. Triste.
E ainda existem uns piores que aspiram ser os Reis ou Rainhas da peixaria do mercado do bolhão. Esses são seres que merecem apenas serem ignorados, tal é a sua educação, sensibilidade ou maldade.
Perdoai-lhes Senhor, pois eles das duas uma, ou tiveram uma educação pobre e não sabem mais do que mostram e nós temos de os entender e perdoar! Ou então são pessoas de mal com a vida, daquelas que só estão bem a ladrar disparates, a disparar contra todas as frentes, a pisar tudo e todos conforme a oportunidade. Mas o que essas pessoas não sabem é que, o que elas mais pisam é a própria dignidade. Mas isto só vale, só tem importância a quem importância dá à dignidade!
Não são palavras minhas, mas subscrevo-as na integra. Diz que no sucesso vês a quantidade dos teus amigos e familiares. E que na desgraça vês a qualidade dos mesmos. Verdade não é?